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Reconhecimento de Emoções

  • Foto do escritor: camilaluisi
    camilaluisi
  • 13 de jul. de 2015
  • 4 min de leitura

As emoções possuem papel fundamental na socialização humana e as expressões faciais são uma importante via para a sua comunicação.

Nas relações humanas, as emoções possuem um papel preponderante durante todas as etapas do ciclo vital. Seja nos relacionamentos íntimos, nas interações familiares, no trabalho ou na escola, elas auxiliam a adaptação às diversas situações da vida (Reeve, 2006). Pessoas capazes de compreender suas emoções bem como as dos outros ao seu redor tendem a conseguir uma melhor qualidade de vida e melhores interações sociais (Ekman, 2011).

Os seres humanos são capazes de produzir mais de 10 mil expressões faciais (Ekman, 2011).

As emoções básicas, alegria, tristeza, raiva, medo, surpresa e nojo parecem gerar um padrão particular único de sensações no corpo principalmente na sua fisionomia e na voz, o que acaba diferenciando-as significativamente umas das outras (Sauter et al.; Ekman, 2011). Abaixo alguns exemplos:

A raiva é caracterizada por uma junção das sobrancelhas unidas para o centro ocorrendo o enrugamento entre elas, como consequência há o fenômeno do olhar concentrado

Na parte inferior ocorre a compressão dos lábios deixando-os mais finos (Ekman e Friesen, 2003; Ekman, 2011).

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Na expressão facial da tristeza, ocorre o levantamento dos cantos internos das sobrancelhas unindo-as. Ocorre também o rebaixamento do olhar, deixando as pálpebras superiores se curvarem ou penderem. Na parte inferior da face, há uma leve abertura da boca, onde os cantos projetam-se para baixo, as bochechas são erguidas aparentando apertar os olhos (Ekman e Friesen, 2003; Ekman, 2011). Em contrapartida, a face neutra caracteriza-se pela inexistência de movimentos faciais (Ekman e Friesen, 2003; Ekman, 2011).

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Medo e surpresa compartilham diversas pistas faciais que acabam por produzir uma confusão na sua identificação – sobrancelhas erguidas e pálpebras superiores e inferiores tensionadas o máximo possível, além de maxilar aberto (Ekman e Friesen, 2003; Ekman, 2011). Apesar de algumas diferenças terem sido apreciadas – no medo a boca fica esticada horizontalmente e para trás na direção das orelhas, já na surpresa maxilar fica bem aberto – a função do discernimento entre essas duas expressões apresentam alto nível de dificuldade (Ekman e Friesen, 2003; Ekman, 2003, 2011).

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As imagens acima são de um filme lançado pela Disney: Divertida Mente. O escritor e diretor Pete Docter da Pixar chegou teve a ideia sobre um filme que iria retratar como as emoções funcionam dentro da cabeça de uma pessoa e, ao mesmo tempo, como moldam sua vida no relacionamento com outras pessoas. Ele queria mostrar como tudo isso opera na mente de uma menina de 11 anos de idade, atravessando tempos difíceis em sua vida.

Abaixo comentários sobre: "A ciência por trás de “DivertidaMente” – por Paul Ekman"

“DivertidaMente” fala sobre como cinco emoções – que são cinco personagens do filme: Raiva, Nojo, Medo, Tristeza e Alegria – lutam pelo controle da mente de uma menina de 11 anos chamada Riley, durante uma tumultuosa mudança de Minnesota para San Francisco.

A personalidade de Riley é definida principalmente pela Alegria, e isso está de acordo com o que sabemos cientificamente. Os estudos demonstraram que nossas identidades são definidas por emoções específicas, que determinam a forma como percebemos o mundo, como nos expressamos e as respostas que provocamos nos outros.

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Mas a verdadeira estrela do filme é a Tristeza, já que “DivertidaMente” é um filme sobre a perda e sobre o que as pessoas ganham quando são guiado pela tristeza. Riley perde amigos e perde o seu lar quando se muda de Minnesota. Para complicar um pouco mais, ela está entrando na pré-adolescência, o que implica a perda da própria infância. A Tristeza assume gradualmente o controle dos processos de pensamento de Riley sobre as mudanças que ela está sofrendo. Isso é mais evidente quando a Tristeza acrescenta tons de azul às memórias de Riley de sua vida em Minnesota. Estudos científicos demonstraram que as nossas emoções atuais moldam o que nos lembramos do passado. Esta é uma função vital da Tristeza no filme: ela orienta Riley a reconhecer as mudanças que ela está atravessando e aquilo que ela perdeu, o que prepara o terreno para que ela desenvolva novas facetas de sua identidade.

Em “DivertidaMente”, bem como na vida real, a tristeza leva as pessoas a se unirem em resposta à perda. Vemos isso pela primeira vez durante uma explosão de raiva na mesa de jantar que faz com que Riley corra pelas escadas e se atire na cama sozinha no escuro, deixando seu pai sem saber o que fazer.

E quase no final do filme, é a Tristeza que leva Riley a se reaproximar de seus pais, incluindo formas de toque e sons emocionais chamados de “explosões vocais” – que têm sido estudadas por um pesquisador da nossa equipe – que expressam o profundo deleite do reencontro.

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“DivertidaMente” oferece uma nova abordagem para a tristeza. A proposta central é: abrace a tristeza, deixe-a se manifestar, envolva-se pacientemente com as lutas emocionais de um pré-adolescente. A tristeza irá deixar claro aquilo que foi perdido (a infância) e impulsionará a família em direção àquilo que se ganha: as bases de novas identidades, para as crianças e para os pais.

 
 
 

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